Deborah Dubner

Deborah DubnerDesde que me entendo por gente, tenho muitas questĂ”es sobre a existĂȘncia humana. E nunca deixei de percorrer o caminho do auto-conhecimento.
HĂĄ trĂȘs anos, “fui conduzida” para uma vivĂȘncia de mulheres sobre a cumplicidade do feminino. Assim que cheguei, o feminino reinante na sala jĂĄ me espantou. Havia beleza de todos os jeitos, mas estranhei. Eu nĂŁo estava acostumada. Eu nĂŁo conhecia aquela linguagem, aquelas pessoas, aquele jeito de se relacionar. Eu nĂŁo conhecia o feminino que morava em mim e aquelas mulheres me espelhavam faces que habitavam o meu desconhecido. Me sentia “um peixe fora dÂŽĂĄgua” e ao mesmo tempo uma profunda familiaridade. A dualidade se fez presente logo no primeiro instante e eu fui absorvendo todas essas impressĂ”es, conhecendo e reconhecendo.
Quando sentamos na roda e eu comecei a perceber a grandeza desses ensinamentos e da verdadeira cumplicidade que transbordava nos olhares e nos gestos, eu tive muita vontade de chorar. Era um choro de alegria e tristeza ao mesmo tempo. Alegria porque a minha alma cantava: eu finalmente tinha encontrado o meu lar, o meu lugar, a minha tribo. E tristeza porque aquilo tudo me parecia muito distante da realidade “lá fora”. E eu me perguntava: porque não ter essa abertura, essa sabedoria e todo esse amor na nossa própria vida? Nesse dia eu soube que esses ensinamentos eram o que eu queria levar para sempre: o amor, a aceitação incondicional das pessoas como elas são, o brilho do olho, a fala transparente e a escuta com o coração.
De pra cĂĄ, tenho aprendido e evoluĂ­do, e esse caminho nĂŁo tem fim. Mas aquela experiĂȘncia do primeiro dia ressoa ainda, como uma mĂșsica aos meus ouvidos.
TrĂȘs anos depois eu posso dizer que – sim – Ă© possĂ­vel levar esses ensinamentos para a vida e fazer da nossa existĂȘncia uma passagem que vale a pena. É possĂ­vel viver o sonho, trazer alegria, abrir o coração, aprender a se ouvir e ouvir todas as nossas relaçÔes.
A Shining Woman Ă© uma mestra como poucas. Eu sou muito exigente e sempre achei que nĂŁo Ă© fĂĄcil encontrar mestres, no verdadeiro sentido da palavra. Porque pra mim, um mestre, em primeiro lugar, nĂŁo abusa de seu poder para ditar regras, receitas ou verdades absolutas. Ele simplesmente compartilha sua vivĂȘncia e experiĂȘncia para fazer desabrochar em nĂłs o que temos de melhor. E a Shining Woman faz isso com maestria, com abertura e com uma humildade inacreditĂĄvel.
Os ensinamentos xamĂąnicos, com seus belos e profundos rituais, nĂŁo sĂŁo em si o mais importante pra mim. Eles servem para abrir nossas percepçÔes, aguçar os nossos sentidos, aprender a ver o invisĂ­vel e trazer tudo isso para o concreto de nossa vida. Mas o mais importante pra mim Ă© que eles conduzem ao caminho do coração, e Ă  beleza do povo do arco-Ă­ris – formado por pessoas de todas as raças, crenças, posição social, idades e valores.

Shining Woman é uma verdadeira guerreira do arco-íris. Ela me mostra diariamente que hå esperança. Podemos aprender a abrir os nossos coraçÔes para dar as mãos e fazer uma grande roda em volta do mundo.

Deborah Dubner
PsicĂłloga, escritora e jornalista.
Diretora do site www.itu.com.br
Escreveu com seu marido um livro de amor: www.almagemea.com.br
Itu – SP / Brasil